sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Educação Não Eleva Moral



Aprendi que...

há dois pesos, duas medidas
único ponto de chegada, duas partidas...

Aprendi que...

erros são passíveis de correção
mais valem uns, maioria não!...

Aprendi que...

Teoria Responde Individualmente
a coerência o chute po.si.ti.va.mente

Aprendi que...

bom senso requer interpretação
verbo é relativo: in corpora ação!

Aprendi que...

há desvios no ritual
contradiz juízo, manipula capital!

Aprendi que...

não se pode pronunciar o ser
permanece o controle: quefazer?...

Aprendi que...
existe anomia social

e...

Educação
Não
Eleva
Moral







*Imagens disponíveis em sites que tratam problemáticas referentes à Avaliação Classificatória.


domingo, 7 de novembro de 2010

Para um melhor fim: "500 anos esta noite"


Certamente Deus criou
as mulheres para um melhor fim,
que para trabalhar em vão toda sua vida...

In: Direitos das mulheres e injustiça dos homens.




De onde vem essa mulher
que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado
em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos
no coração da noite.

De onde vem essa mulher
que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos
e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.

De onde vem essa mulher
que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres
que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem do lado esquerdo do peito.

Por minha boca de clamores e silêncios
ecoe a voz da geração insubmissa
para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão
de onde vem essa mulher.

Que rosto tem, que sonhos traz?
Não me falte agora a palavra que retive
ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio
que nos coube combater.

Filha do espanto e da indignação,
filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha:
metal e flor, madeira e memória.

No continente de esporas de prata
e rebenque, o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho,
afasta a força que sufoca e silencia
séculos de alcova, estupro e tirania
e lança luz sobre o rosto dessa mulher
que bate às portas do nosso coração.

As mãos do metalúrgico,
as mãos da multidão inumerável
moldaram na doçura do barro
e no metal oculto dos sonhos
a vontade e a têmpera
para disputar o país.

Dilma se aparta da luz
que esculpiu seu rosto
ante os olhos da multidão
para disputar o país,
para governar o país.



Brasília, 31 de outubro de 2010.