A esperança faz
parte da natureza humana. Seria uma contradição se, inacabado e consciente do
inacabamento, primeiro, o ser humano não se inscrevesse ou não se achasse predisposto
a participar de um movimento constante de busca e, segundo, se buscasse sem esperança.
A desesperança é a negação da esperança. A esperança é um ímpeto natural
possível e necessário, a desesperança é o aborto deste ímpeto. A esperança é um
condimento indispensável à experiência histórica.
Paulo
Freire
Que esta data, 15 de outubro, em que se
homenageia o professor, sirva-nos para rememorar as lutas, embates e conflitos
pertinentes ao longo processo histórico de constituição da
profissionalização docente.
Quanto às conquistas, não se pode negar
que, no curso dos últimos anos, muitos avanços têm ocorrido, especialmente em termos
de reconhecimento do magistério como atividade profissional e não extensão de
faculdades divinas ou vocações naturais, ideias que colaboraram para mistificar
a docência no imaginário individual e coletivo, e que, em grande medida,
promoveram a desvalorização do profissional “professor”.
Todavia, muitas políticas e ações
efetivas em prol da profissionalização ainda se fazem necessárias. É preciso
considerar que as problemáticas que assolam as sociedades contemporâneas impõem
inúmeros desafios à docência e às instituições formadoras. O que demanda a luta
por uma melhor qualificação, seja inicial ou continuada, valorização salarial e
reestruturação da carreira, além da oferta de boas condições materiais para que
se efetivem, qualitativamente, os processos de ensino e aprendizagem.
Entretanto, além dos aspectos subjetivos
e objetivos que permeiam as problemáticas do ensino e da profissionalização do
magistério na contemporaneidade, considera-se que se faz necessário cultivar
uma "pedagogia da esperança", no sentido de preservar acesa a chama
do otimismo que, longe de se constituir instrumento de dominação, consiste
instrumento de reconhecimento das situações de opressão/exclusão
existentes na realidade e de resistência a ideologias, fazendo emergirem caminhos de busca e possibilidades
concretas de mudanças.
Com essas palavras, oferto o meu “abraço
esperançoso” a todos(as) os(as) professores(as) que tive, tenho e ainda terei o
prazer e o privilégio de compartilhar saberes & práticas.
Hercília Maria
Fernandes,
professora.
Olá Hercília,
ResponderExcluirTexto verdadeiro e sensível... Sem dúvida precisamos manter o otimismo pois os tempos não são fáceis. Tenho percebido como alguns dos meus colegas de trabalho estão abatidos e, de repente, chega alguém novo na escola ou outra colega retorna de um atestado e o clima todo se modifica.
Alinhavar as escolhas profissionais e a prática pedagógica é o grande desafio. Em alguns dias pela manhã morro de vontade de desistir, mas em outros como hj (agora à tarde em que me encontro de atestado por causa de uma rouquidão)morro de saudade dos meus meninos e meninas.
Persigo de perto a esperança, embora ela muitas vezes me falhe. Muitas vezes o colega que vc mais admirava pela garra e persistência te desaponta. O que fazer?
Continuar, estudar, ler, publicar, sorrir, namorar, continuar partilhando e perceber que todos somos humanos. É isso que ficou mais claro para mim no dia 15 de outubro deste ano... Prossigo fazendo minha parte respeitando meu espírito, mas pé no chão do que nunca. Grande abraço querida. Obrigada pela oportunidade deste desabafo em seu blog.